Porque é que o meu corpo é um assunto político?

Como é que percepcionas o teu corpo e o dos outros? Sentes a necessidade de te encaixares, de mudar a forma do teu corpo ou a maneira como te vestes para seres aceite pelos outros? Porque é que isso é um “assunto político”? Qual é contributo mais profundo do desporto e como é que este pode empoderar as nossas vidas? E as roupas que usamos –  como é que estas são produzidas e como é que os nossos padrões de consumo afectam o mundo?

Passámos algum tempo a explorar estas e outras questões ao longo desta semana-projecto, bem como a desenvolver os nossos corpos de uma forma prática. 

Um dos dias foi dedicado à exploração do contributo mais profundo do desporto. O Eiko, o nosso professor desta área, introduziu o tema dos desportos radicais e em como estes podem contribuir para o desenvolvimento da auto-estima e poder, melhorando a capacidade de concentracão e de estar presente no momento, bem como levar-nos a explorar ou até mesmo ultrapassar os nossos limites.

De tarde fomos escalar, de forma a explorar este tema de uma forma prática. 

Passámos ainda uma manhã na oficina de costura, um lugar em Tamera criado por um grupo de sábias mulheres da comunidade, com o propósito de abordar o assunto político das roupas. A industria da moda é considerada o 2º maior poluente do mundo. Um consumo responsável de vestuário e a sua reutilização criativa são actos políticos que afectam globalmente a população. 

Estivemos algum tempo na oficina de costura com a Susanne, mestre de costura, que tem como profissão e principal manifestação política reutilizar criativamente roupas e tecidos. Assistimos ao vídeo “O ciclo de vida de uma T-shirt” e, posteriormente, mergulhámos numa conversa sobre o contexto político da indústria da moda, o consumo de roupa e sobre o trabalho que tem sido desenvolvido nesta oficina de costura, no sentido de, responsavelmente, reutilizar roupa e distribuí-la pela comunidade. 

Tivemos ainda connosco um convidado especial, amigo de longa data de Tamera, que veio de Sintra (Terra Alta) para treinar connosco acrobacias. O Henrick foi, durante este tempo, o mestre que nos guiou no trabalho com o tecido vertical e o trapézio.