“A criatividade é uma qualidade que está na base de todos os sistemas vivos. Desenvolve-se numa interação de aptidões, conhecimentos, saber, motivação intrínseca, características da personalidade e condições envolventes coadjuvantes no sentido do radical creare – criar algo novo, produzir, compor” (Wikipédia)
A criatividade parece ser uma qualidade que não se consegue atingir pelo facto de se puxar especialmente pela cabeça a fim de se solucionar um determinado problema. As ideias verdadeiramente criativas surgem-nos na maioria das vezes precisamente quando conseguimos usar o cérebro sem pressões e sem esforço propositado.
A capacidade de pensar de forma associativa e criativa é um pressuposto imprescindível para uma aprendizagem eficaz. Isto é válido não só para as chamadas “áreas criativas”, nomeadamente arte, teatro, música, poesia, dança, etc., mas para todas as áreas de aprendizagem. Mesmo nas áreas de aprendizagem da matemática e das ciências, antes consideradas de raciocínio lógico-linear, e naturalmente para todas as áreas linguísticas.
Por exemplo: nas “oficinas de escrita” criativa as regras gramaticais da língua são aprendidas quase a “brincar” e com um grau de motivação mais elevado. Nos nossos projetos criativos tal como teatro, breakdance e arte, pudemos comprovar o imenso desenvolvimento dos alunos com o passar dos anos. A capacidade de auto-expressão criativa conduz a um sentimento crescente de autoestima. Este aumento do “apreço” por si próprio reflete-se numa grande disponibilidade para aprender também em todas as outras áreas. As crianças e os adolescentes sentem que os seus interesses e potenciais mais recônditos são importantes. É dessa forma que surge a confiança entre os alunos e os professores enquanto base importante para uma aprendizagem competente e intrinsecamente motivada.
A Escola da Esperança cria um meio de aprendizagem que possibilita uma aprendizagem criativa, livre e simultaneamente vinculativa. Para tal, foram desenvolvidos módulos de aprendizagem no “Currículo Interno da Escola” que, nesta aceção, complementam o currículo de base.
O Prof. Dr. Burow, da área de Pedagogia Geral da Universidade de Kassel (RFA) desenvolveu o conceito de “Campo criativo”:
“As escolas com futuro que se tornem locais aprazíveis e que pretendam fomentar a felicidade dos seus alunos têm de ser locais de aprendizagem e desenvolvimento livres. Devem concentrar-se em compreender os seus alunos e a sua vocação interior e em colocar à disposição ambientes para a aprendizagem criados de forma multifacetada, habilitando-os, passo a passo, para uma aprendizagem auto-organizada e auto-determinada. (…). Em conformidade com a fórmula de sucesso “Eu sou bom – nós somos melhores” e com a mistura certa dos grupos, e a atitude certa dos membros da equipa pedagógica, cada pessoa e cada instituição pode construir “campos criativos” e contribuir assim para novas criações relevantes”. (Burow 2011-Positive Pädagogik [Pedagogia positiva] pág. 131)