Vivemos numa situação mundial que clama urgentemente por respostas, no que diz respeito ás bases fundamentais da vida a nível ecológico, económico ou social. A sustentabilidade e a cooperação global são, mais do que nunca, imprescindíveis para o futuro da humanidade. A educação tem de preparar as pessoas para o futuro, dar-lhes a capacidade de sobreviver. Esta deve possibilitar a interligação do pensamento, do conhecimento e da experiência, transmitindo alegria e esperança no futuro. O desenvolvimento e a implementação de formas de aprendizagem inovadoras com conteúdos ligados à sustentabilidade não é apenas uma questão pedagógica; tornou-se há muito numa questão política, senão mesmo numa questão de sobrevivência. A Terra precisa de uma nova informação.
“O pensamento do futuro tem de tornar as guerras impossíveis” disse Albert Einstein há já muitas décadas.
O presente pensamento tem por base valores éticos fundamentais, como o respeito perante todos os seres vivos, preocupação com os outros e com toda a biosfera, convivência solidária de todas as culturas humanas e religiões, e a atitude básica interior que subjaz à revolução pacífica de libertação indiana de Mahatma Ghandi: “Sê a mudança que queres ver no mundo”. Quanto mais cedo se aprender este pensamento, mais fortes serão as nossas decisões e escolhas, e as ações por elas influenciadas.
Este pensamento leva-nos também a um futuro conhecimento concreto para uma convivência salutar entre todos os seres da Terra. “Água, energia e alimentos estarão livremente à disposição de toda a humanidade, quando deixarmos de seguir as leis do capital e passarmos a seguir a lógica da Natureza.” (D. Duhm). A nossa cultura económica, orientada para os lucros, faz com que haja muita gente sem acesso a água potável, a suficiente alimento, calor e energia. Estes direitos fundamentais são privatizados a nível mundial e encarecidos pelas especulações na bolsa às custas dos pobres. Neste ponto, é necessário que os adultos voltem a tomar uma posição humanitária, pela proteção da vida e das crianças do nosso mundo.
“Num mundo de recursos limitados, vamos ter de nos desfazer da ideia de que se pode continuar a crescer eternamente. Aprenderemos que a par do crescimento quantitativo existe outro, o crescimento qualitativo. O nosso cérebro mostra-nos como se faz: Não por continuar a crescer de tal forma que nos rebente a calota craniana, mas pelo facto de intensificar a sua conectividade, isto é, as relações entre as células nervosas.” (Prof. Dr. Gerald Hüther; neuro-cientista, em “Schule im Aufbruch” [A escola em movimento]).